A literatura é uma poderosa ferramenta de transformação cultural e enriquecimento pessoal, capaz de moldar mentes e transformar realidades.

Sábado pela manhã. O comércio fervilha na rua XV de Novembro, no centro de Curitiba. Vou às compras. Coisas para casa. Um vaso maior para replantar uma orquídea linda que ganhei. Devo tratá-la bem para que todos os botões se abram e ela floresça na sua magnificência. Portanto, é necessário uma terra tratada para o nutritivo aconchego da planta.

Também, outros artefatos necessários para comprar, utilizados nas atividades diárias. O comércio corresponde oferecendo variedades de produtos nas suas lojas, estando ao serviço do público, da melhor forma possível. Consequentemente, lojas lotadas de fregueses ou possíveis fregueses. Atualmente, com uma parte fechada somente para pedestres, a Rua XV tem uma história significativa.

No final do século XIX, a rua possuía o nome de Rua Imperatriz, quando em 1880, a então capital provinciana recebeu a visita dos soberanos. Entre 1850 e 1880, era chamada de Rua das Flores, apelido até hoje utilizado para o trecho que virou calçadão, no início da década de 1970. Em 20 de maio de 1972, parte da rua foi fechada para a circulação de automóveis, tornando-se exclusiva para pedestres. O lado mais conhecido da XV de Novembro é seu espaço turístico, chamado de calçadão da Rua das Flores, porém, essa via centenária é uma referência para os curitibanos, não somente pela sua importância histórica, mas pelo comércio varejista bastante atraente.

A Rua já foi palco de lojas grandes, magazines elegantes, de excelente reputação, onde as compras tornavam-se um footing charmoso com homens e mulheres bem vestidos a procura de produtos de qualidade para suas casas. Produtos de decoração, vestimenta, calçados, acessórios, perfumaria, cosméticos, entre outros. Enfim, um verdadeiro shopping ao ar livre, se pensarmos nas condições de hoje em dia.

Todavia, os inconvenientes também existem. Vendedores das lojas ficam nas ruas, insistentemente, oferecendo os produtos, sobretudo os das óticas. Como existe pequenos shoppings populares, a frequência da Rua XV deixou de ser elegante para ser, repetindo o termo, bastante popular. Portanto, os vendedores disputam os clientes nas portas das lojas. Com isso, atrai pedintes que se espalham pelo espaço, a mendigar trocados. Aliás, até eles estão inflacionados. Não pedem somente “um dinheirinho”, mas a esmola se refinou, pois pedem para comprar um lanche, completo. Em cada metro, um pedinte.

Ao observar atentamente as novas lojas, substituindo as antigas por vários motivos, inclusive o mais plausível é a diminuição das vendas e consequente perda da receita lucrativa. As lojas grandes se subdividem para abrigar comércios menores e mais barateiros. Entretanto, a variedade atrai o público. A movimentação da rua é constante e, aos sábados, lotada.

Os bancos, ao lado das grandes floreiras são ocupados por pessoas desocupadas. Os transeuntes tornam-se temerosos com tantos ociosos e sem-teto. As marquises são usadas como locais para dormir à noite.

Mas, a Rua tem sua beleza. Arborizada, com calçamento petit-pavê. Larga, abriga pedestres que vão ao centro da cidade para resolver assuntos os mais variados. Prédios antigos e históricos, bem conservados, aludem à história da Rua, transformando-a em ponto de referência para moradores, visitantes e turistas em geral.

Nas datas comemorativas a Rua XV se enfeita. No Carnaval é toda colorida com os painéis típicos da época. Na época das Festas Juninas, recebe alusões decorativas. Para o Dia das Mães, os enfeites incentivam a aquisição das lembranças. Os balões multicolores enfeitam as portas das lojas, atraindo as crianças para escolheres seus presentes. O Natal vem chegando e a Rua vai se reinventando com as decorações natalinas. A árvore iluminada, alta e majestosa, acompanhada das luzes que ladeiam a Rua, estimulam os moradores da Cidade a passearem ao longo do espaço.

Com história rica, famosa por abrigar cinemas, lojas afamadas, restaurantes e confeitarias, ela faz parte da vida curitibana. Atualmente, com um perfil diferente da sua criação, ela continua sendo a comentada, indicada e visitada Rua XV de Novembro!  

Maria Teresa Freire

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